A história de Chicago tem incêndio, planejamento urbano e muitas curiosidades. Entender tudo o que aconteceu nos deixa mais encantado com o que vemos pelas ruas. Afinal, Chicago é repleta de referências e boas memórias, basta só estar disposto a prestar atenção nos detalhes.

Outra questão é que não tem como negar que Chicago é surpreendente! Famosa pela arquitetura, a cidade orna como poucas a combinação perfeita entre arranha-céus e natureza, pessoas simpáticas, cultura, história e atualidade.

História de Chicago desde o início

A origem do nome Chicago é indiana e remete a uma planta que crescia às margens do rio que corta a cidade, o Rio Chicago. Para quem não sabe, várias tribos indígenas viviam na área até os primeiros exploradores chegarem para colonizar. Jean Baptiste Ponto du Sable foi a primeira pessoa não indígena a morar na região, por volta de 1780.

Nas décadas seguintes, aconteceu a construção e derrubada do Forte Dearborn, que ficava localizado a margem sul do rio Chicago. Em 1803 o exército dos Estados Unidos decidiu erguer o forte, mas em 1812 os indígenas o derrubaram. Posteriormente, foi novamente reconstruído.

Toda essa guerra entre colonizadores, que estavam a cargo do exército, versus povos indígenas durou anos. A guerra encerrou apenas em 1832, com o fim da resistência indígena. E, desde 1833, a cidade foi incorporada e só cresceu territorialmente e em números de habitantes.

O grande incêndio, que mudou a história de Chicago

Chicago expandia seu poder regional e em 1848 a cidade já tinha telégrafo e estrada de ferro. Anos depois, em 1854, era considerada o maior porto de grãos do país e boa parte dos moradores era imigrantes.

história de Chicago

Até que –sempre tem uma reviravolta na história de Chicago, para tornar tudo ainda mais interessante– um grande incêndio atingiu a cidade em 1871, destruiu boa parte do território, matou mais de 300 pessoas e deixou outras 100 mil desabrigadas.

Ninguém sabe ao certo o que provocou o incêndio. Há quem diga que uma vaca desastrada teria causado o início do fogareiro, em um estábulo na zona norte. Mas, essa especulação não passa de uma hipótese engraçada e o verdadeiro motivo nunca foi descoberto (ou revelado).

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O fato é que as construções de madeira, seca severa e ventos fortes contribuíram para que o fogo se espalhasse rapidamente. Uma curiosidade é que, na época, mais da metade das casas e prédios de Chicago eram feitos de madeira. Além disso, havia apenas 185 bombeiros na cidade. Ou seja, receita perfeita para o desastre.

Obviamente, o resultado foi uma cidade totalmente destruída. O fogo só cessou com a chuva que, milagrosamente, começou a cair após o início do incêndio – mas o incêndio durou de 8 a 10 de Outubro. Por fim, sobraram apenas cinco edifícios: Chicago Water Tower, Chicago Avenue Pumping Station, St. Michael’s Church, St Ignatius College Prep e Police Constable.

+DicaDaJu: Indico muito a ida ao Chicago History Museum para conhecer mais da história de Chicago. Falei mais sobre ele nesse artigo com indicações de museu em Chicago.

Chicago History Museum: para conhecer melhor a história de Chicago

Como Chicago ressurgiu das cinzas

Apesar de 1/3 da cidade ter sido destruída, Chicago rapidamente ressurgiu das cinzas. Desde então, tornou-se referência nacional em combate a incêndios.

Um dado interessante é que, em apenas poucas semanas, cerca de seis, ao menos 300 edifícios já tinham começado a ser reconstruídos. Em pouco tempo, a cidade estava de pé novamente, cheia de vida e novamente um importante centro comercial e empresarial da região.

Tanto que, em 1893, Chicago foi sede da Exposição Colombiana Mundial, uma grande feira que atraiu mais de 20 milhões de visitantes. Para tal evento, foi desenvolvido um plano urbano conhecido como “Paris on the Praire”, que basicamente era um projeto de reconstrução de grandes avenidas e parques. Ou seja, uma planejamento urbano detalhado para trazer modernidade e vida a cidade após o trauma passado.

O passado recente de Chicago também é empolgante

A década de 1920 também foi “empolgante” em Chicago, principalmente com a atuação das gangues de mafiosos. O mais famoso deles era Al Capone, um gangster americano de origem italiana que participou de diversas atividades criminosas, como comércio de contrabando, agiotagem, prostituição e apostas ilegais.

Gangster em Chicago: Al Capone

Em paralelo, foi nessa época que Chicago se fortaleceu como cidade industrial. Foi uma década de prosperidade, fruto da alta econômica oriunda da Primeira Guerra Mundial.

Com o crescimento industrial e a necessidade de mão de obra para trabalhar nas fábricas, muitos negros do sul dos Estados Unidos começaram a se mudar para Chicago, o que ficou conhecido como a Grande Migração. Com isso, eles impactaram a cultura local, que antes era dominada por imigrantes de origem europeia, e ressignificaram a cena artística e musical, transformando a cidade em um centro do jazz e blues.

Até hoje o subúrbio de Chicago conta a história da imigração negra. Vale um passeio por lá para entender as raízes da cidade e a importância do povo que se uniu a história de Chicago para transformá-la no sucesso que é hoje.

Locais históricos para visitar em Chicago

Uma das melhores maneiras de aprender e interiorizar acontecimentos históricos é viajando. Durante uma viagem podemos ver de perto aquilo que antes só ouvíamos falar nas aulas ou líamos nos livros da escola. Por isso, quando estiver em Chicago, não deixe de ir aos principais pontos que são marcos do passado da cidade.

Alguns deles estão nesse post com indicações dos melhores museus, pois o que não falta por lá são opções de bons e variados museus para conhecer. E, se me permite a sugestão, diria para ir em tantos quanto você puder!

Outra ideia é aproveitar a viagem para ir até o Chicago Avenue Pumping Station, ou em português a Estação de Bombeamento da Chicago Avenue, que foi um dos cinco prédios a sobreviver ao terrível incêndio de 1871. Até os dias atuais a estação continua ativa, porém, a Water Tower encerrou as funções originais em 1911, com a remoção do cano vertical, e tornou-se apenas um símbolo de tempos remotos.

Quanto a vida noturna, a indicação é aproveitar ao máximo o cenário musical de Chicago. Não dá para negar que a cidade é repleta de bares, casas de shows e festivais que tornam a cena cultural mais vibrante e empolgante. Se possível programe sua viagem para aproveitar o Chicago Blues Festival, que tem duração de rês dias e acontece anualmente no verão.

Ou seja, é impossível não se apaixonar ainda mais depois de saber toda a história de Chicago. Superação, modernidade e criatividade são só algumas das características dessa cidade. Além de todo o charme, é possível se encantar pelo passado e valorizar muito mais o presente. E você, já conhecia a história de Chicago? me conta nos comentários!