Pensei muito antes de decidir de fato escrever esse artigo. Pensei por isso que vocês veem já no título – se trata de um desabafo: pandemia e ser criadora de conteúdo de viagem. Decidi escrevê-lo, com todo meu coração, tentando explicar os meus motivos para fazê-lo e espero que entendam, mesmo não sendo o conteúdo central aqui do blog.
Para quem me acompanha, já percebeu que todos esses meses eu não deixei de postar conteúdo de viagem por aqui, inclusive lancei layout novo, marca nova, novos projetos. E tudo por alguns motivos específicos:
- Não queria perder todo o trabalho que vinha construindo com SEO aqui no blog;
- Tenho várias viagens atrasadas que ainda não subiram para cá (ainda tenho, inclusive!)
- Quero continuar incentivando a todos BUSCAREM sobre suas viagens dos sonhos. Afinal, não estamos viajando, mas ainda podemos sonhar e nos planejar, né?
Mas confesso que em diversos momentos isso me atingiu (e continua atingindo) como uma grande onda. Escrever sobre minhas viagens me traz uma sensação de felicidade por tudo que eu passei e vivi, ao mesmo tempo que me faz questionar sobre quando poderei viver novas aventuras. Se será seguro viver novas aventuras. Quando será seguro viver novas aventuras.
E associado a isso, também somos –digo por nós, criadores de conteúdo– constantemente atingidos por uma grande rede que produz conteúdo diariamente pra N canais diferentes, alguns que possuem equipe, outros que se viram nos 30 e chegamos a inevitável comparação. Eu caí nessa.
E foi só quando me libertei dessa comparação que consegui me sentir mais livre. Mais eu. Mais tranquila! Achava que precisava criar post todo dia para o Instagram e vi o quanto isso me pesava, o fato de criar conteúdo sem estar de fato inspirada, apenas ‘por criar’. Isso não passa verdade e decidi depois de muitas reflexões que não agiria mais assim.
Veja bem: não estou dizendo que a vida de criador de conteúdo é fácil e que fazemos só o que queremos. Mas temos que escolher nossas prioridades ao ponto de equilibrar saúde, trabalho, felicidade – isso sim! Minha prioridade é estar com conteúdo sempre atualizado e de qualidade aqui no blog… então se eu não tenho a prioridade do Instagram, porque me pressionar tanto lá? aprendi a deixar fluir.
Reconheço meus infinitos privilégios vivendo essa quarentena: temos apartamento próprio, estou conseguindo pagar as contas, moro com meus pais, não fico longe dos meus sobrinhos (meus pais cuidam deles durante a semana então sempre nos vemos) e não perdemos ninguém próximo. Mas vi gente que amo perder. E dói!
Hoje, por exemplo, no dia que escrevo esse post que é totalmente um desabafo, sem nenhuma configuração de SEO é dia 09/08/2020 já são mais de 100 mil mortos no Brasil: SÃO PESSOAS. E não números.
Dói porque você sente a dor do outro –e eis aí a minha dificuldade em entender as pessoas que furam quarentena pra fazer as coisas mais bizarras possíveis como ir a praia– e também dói ver gente querida perdendo emprego num momento desses sem ter nenhuma oportunidade aparente.
Então depois de muita reflexão sobre meu trabalho, sobre o blog, sobre a pandemia, sobre a quarentena, sobre nossas atitudes (…) eu resolvi que precisava sim pôr um pouco pra fora –e meu lugar alugado para colocar meus sentimentos e viagens para fora é aqui, nesse blog– e por isso vim! Falei uma vez sobre como minha demissão me impulsionou a seguir os meus sonhos e no momento atual o que me impulsiona é pensar lá na frente.
Para você, que assim como eu, tem seus muitos altos e baixos nessa quarentena, alternando dias onde você está grato por tudo e dias onde você só quer deitar e acordar com uma vacina pronta e possibilidade de tomá-la, o meu abraço virtual bem forte. Você não está sozinho. Tá tudo bem não se sentir bem! Amanhã é um novo dia!
Para você, que está furando quarentena, saindo com os amigos, frequentando lugares cheios, indo pra praia ou viajando como se nada tivesse acontecendo: pense nas pessoas que perderam parentes ou amigos. Pense nos pais que se foram -e que hoje nesse dia dos pais estão deixando saudade nos lares-, nos filhos, nas crianças, nas esposas, melhores amigos. Se cuide e CUIDE DO PRÓXIMO! É tudo o que eu posso pedir.
E para todos nós: paz, saúde e luz no fim do túnel. Meus desejos que a vacina chegue logo. Que nossos dias voltem a “normalidade”. Que Deus conforte o coração de todos que já perderam seus queridos. Que a gente viva mais leve a partir de agora: com o necessário e sem se cobrar tanto! Um beijo e até amanhã com o retorno aos conteúdos normais -de viagens, esperança e muitas dicas! 🙂
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